Foto 1: Lilica no auge de sua vitalidade
Fotos 2 e 3: Lilica já idosa, caminhando com dificuldade, devido a artrose. Fotos tiradas há alguns dias antes de seu passamento.
Amigos(as),
Lá onde eu moro, é um bairro cheio de
residências com cães. Ano atrasado (2010), eu conheci uma cadelinha mestiça de
pintcher, chamada Lilica. Sua dona, Da. Fia, uma senhora de 70 e poucos anos, é
uma sobrevivente. Sofre do mal de chagas e, com os tratamentos vem conseguindo
sobreviver esses anos todos.
Mas Lilica me chamou a atenção
porque era uma cadelinha idosa: 17 anos de idade. Eu a via sempre tomando banho
de sol em frente a casa de sua dona. Eu ali ficava parado eito de hora
observando aquela idosa senhora da espécie canina, e imaginando como é difícil
até para os cães, a idade avançada.
Indagando a sua dona, Da. Fia, ela
me informou que Lilica estava cega de um olho devido a um glaucoma (isto mesmo,
cães também sofrem de glaucoma). O outro olho, pela idade, só enxergava a luz,
e muito mal devido a uma avançada catarata. Ela se deslocava pelo faro – pois
era surda também. E onde Da. Fia andava pela casa, Lilica a acompanhava.
E, por fim, Lilica andava muito mal devido
a artrose (isto mesmo, sofria de artrose também! Como os humanos!).
Um dia, ao ir para o trabalho, vi Da. Fia levando a
Lilica nos braços para o veterinário. Havia sofrido uma crise renal e estava
muito mal. Mas.... conseguiu sobreviver. Sua vontade de viver era maior do que
seus males.
Ao reencontrar Da. Fia, ela me
contou que a veterinária dela disse que ela não suportaria uma nova crise
daquelas, pois seus rins estavam muito ruins. Fiquei triste e já me preparei
para o esperado.
Os dias passaram e notei que a
Lilica não mais se encontrava em casa. Foi então que ao ver Da. Fia, ela me
disse que Lilica já não mais estava entre nós!
Muito chorosa, ela contou que deixou
a Lilica com a sua veterinária, com a recomendação de que fizesse tudo por ela.
A veterinária, profissional consciente, evitou sacrifica-la. E contou que
Lilica lutou pela vida até seus últimos instantes. Acrescentou que ela não
sofreu dores, pois estava bem medicada.
Brava Lilica: uma guerreira até o
último instante.
Cheio de tristeza no coração, eu me
despedi de Da. Fia, que me disse não mais querer outro cãozinho, pois sofreu
muito com a perda de Lilica. Ademais, acrescentou ela, “já estou idosa e
doente, como daria conta de cuidar de outro cãozinho? E quando chegar a hora dela cruzar o rio, quem iria ficar com o cãozinho?”.
Meu trajeto para o trabalho passa
pela rua da casa dela e sempre lanço um olhar de saudade para aquela casa.
Neste instante, meus olhos estão cheio de lágrimas, pois, descendente de
italianos, sou um "banana".
QUE DEUS A ABENÇOE, LILICA! ESTEJA
AONDE ESTIVER!
QUE DEUS A ABENÇOE, Da. FIA: PELO
AMOR E ZELO DISPENSADO A LILICA DURANTE TODA SUA VIDA!
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