sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

UM CÃOZINHO BOM CAÇADOR DE ONÇA!

UM CÃOZINHO BOM CAÇADOR DE ONÇA!






Hoje não sou mais a favor da caça esportiva, quero deixar bem claro aqui. As escamas dos meus olhos caíram. Mas, este caso eu não poderia deixar de postar aqui, dado a semelhança com a realidade e a ênfase na natureza do cão: a de predador.
Meses atrás, quando eu andava fotografando minhas caminhadas no mato (vide meu blog www.caminhandonomato.blogspot.com), de volta de uma dessas caminhadas, perto de uma cerca da fazenda, eu notei que um cãozinho da fazenda fazia acuação - no chão - em uma moita, de um bicho qualquer. Parei para ver o que era e, de repente, saiu da moita um gato da fazenda em total carreira em busca de um local para subir. Foi tão rápido que eu não consegui fotografar a fuga. O cãozinho também ficou meio sem saber o que tinha ocorrido e quando eu e ele olhamos para o arbusto, lá estava o gato, escondido entre as folhagens do arbusto. O cãozinho se pôs ali e como eu sabia que o gato não desceria enquanto o cãozinho estivesse por ali, fui lá na fazenda tomar uma água e um gole de café. Passaram-se duas horas e resolvi dar mais uma volta, passando por onde eu vi o cãozinho e o gato. E não há de ver que lá estavam os dois firmes? O cãozinho acuando e com toda a calma aguardando o gato descer. O gato, coitado, angustiado esperando cansar o cãozinho sair. Tirei as fotos e tomei meu rumo.
Depois de um certo tempo andando no mato, voltei e passei novamente lá e a acuação estava firme.
Não fiquei para ver o desfecho pois já sabia que no final da tarde, o cãozinho iria se cansar e o gato estaria a salvo. Mas deixo aqui registrado o ocorrido.... para a posteridade.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

UMA CADELINHA CHAMADA LILICA

UMA CADELINHA CHAMADA "LILICA"

 Foto 1: Lilica no auge de sua vitalidade


Fotos 2 e 3: Lilica já idosa, caminhando com dificuldade, devido a artrose. Fotos tiradas há alguns dias antes de seu passamento.


Amigos(as),


Lá onde eu moro, é um bairro cheio de residências com cães. Ano atrasado (2010), eu conheci uma cadelinha mestiça de pintcher, chamada Lilica. Sua dona, Da. Fia, uma senhora de 70 e poucos anos, é uma sobrevivente. Sofre do mal de chagas e, com os tratamentos vem conseguindo sobreviver esses anos todos.

Mas Lilica me chamou a atenção porque era uma cadelinha idosa: 17 anos de idade. Eu a via sempre tomando banho de sol em frente a casa de sua dona. Eu ali ficava parado eito de hora observando aquela idosa senhora da espécie canina, e imaginando como é difícil até para os cães, a idade avançada.

Indagando a sua dona, Da. Fia, ela me informou que Lilica estava cega de um olho devido a um glaucoma (isto mesmo, cães também sofrem de glaucoma). O outro olho, pela idade, só enxergava a luz, e muito mal devido a uma avançada catarata. Ela se deslocava pelo faro – pois era surda também. E onde Da. Fia andava pela casa, Lilica a acompanhava.
E, por fim, Lilica andava muito mal devido a artrose (isto mesmo, sofria de artrose também! Como os humanos!).

Um dia,  ao ir para o trabalho, vi Da. Fia levando a Lilica nos braços para o veterinário. Havia sofrido uma crise renal e estava muito mal. Mas.... conseguiu sobreviver. Sua vontade de viver era maior do que seus males.

Ao reencontrar Da. Fia, ela me contou que a veterinária dela disse que ela não suportaria uma nova crise daquelas, pois seus rins estavam muito ruins. Fiquei triste e já me preparei para o esperado.

Os dias passaram e notei que a Lilica não mais se encontrava em casa. Foi então que ao ver Da. Fia, ela me disse que Lilica já não mais estava entre nós!

Muito chorosa, ela contou que deixou a Lilica com a sua veterinária, com a recomendação de que fizesse tudo por ela. A veterinária, profissional consciente, evitou sacrifica-la. E contou que Lilica lutou pela vida até seus últimos instantes. Acrescentou que ela não sofreu dores, pois estava bem medicada.
Brava Lilica: uma guerreira até o último instante.

Cheio de tristeza no coração, eu me despedi de Da. Fia, que me disse não mais querer outro cãozinho, pois sofreu muito com a perda de Lilica. Ademais, acrescentou ela, “já estou idosa e doente, como daria conta de cuidar de outro cãozinho? E quando chegar a hora dela cruzar o rio, quem iria ficar com o cãozinho?”.

Meu trajeto para o trabalho passa pela rua da casa dela e sempre lanço um olhar de saudade para aquela casa. Neste instante, meus olhos estão cheio de lágrimas, pois, descendente de italianos, sou um "banana".

QUE DEUS A ABENÇOE, LILICA! ESTEJA AONDE ESTIVER!
QUE DEUS A ABENÇOE, Da. FIA: PELO AMOR E ZELO DISPENSADO A LILICA DURANTE TODA SUA VIDA!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A HISTÓRIA DE SADAM

A HISTÓRIA DE SADAM (um nome ruim para um cãozinho tão sofrido!)




Amigos,

Numa segunda-feira, fui buscar minha esposa no
trabalho dela e, enquanto esperava, resolvi dar uma volta nas ruas
acima do zoológico. Seguindo a av. Perimetral à pé, me deparei com um
PetShop ali perto e resolvi entrar para comprar alguma coisinha para
as preciosas lá de casa. Enquanto eu escolhia um saquinho de
biscoitos, vi, atrás do balcão do caixa, um basset idoso deitado no
seu leito improvisado. Reparei que estava usando uma fralda
descartável em volta da cintura. Indaguei a dona do PetShop a idade
dele e porque ele estava usando fralda descartável.

Ela me disse que a idade dele era de 8 anos e que uns 5 meses atrás o
dono dele o trouxe ali para sacrificá-lo. E me contou a triste
história. Seu sobrinho ia sempre a sua casa e o Sadam (este era o seu nome) sempre mordia os pneus da sua moto. Um dia, o sobrinho
cansado disso jogou a moto sobre o cãozinho e quebrou a sua coluna e
três lugares. Ficou paralítico da cintura para baixo, com, inclusive,
incontinência urinária. O dono colocou o cão na calçada e deixou-o lá
em dores, para ver se alguém o levava ou se ele morria ali mesmo. Não
deixou de alimenta-lo com ração e água. Na intempérie do tempo, chuva
e maus tratos, o Sadam pegou uma infecção generalizada. Vendo que
ninguém o levava, pegou o cão e levou para o PetShop para sacrificar.

A dona do estabelecimento antes do veterinário vê-lo, moída de dó e
terna misericórdia não o quis sacrificar, pois a lojinha só tinha 3
semanas de funcionamento, resolvendo tentar salvá-lo. A infecção era
tanta que qualquer parte do corpo que ela espremesse saia pus pela
pele. O veterinário se uniu a ela e ambos o trataram com amor e
carinho e muito, muito antibiótico.

Levou tempo, mas Sadam escapou, com a graça de Deus. Hoje é o xodó da
loja e sempre acompanha a dona ao trabalho. Mas ainda se nota um quê
de tristeza em seus olhos. Ela me disse que o dono antigo ainda passou
por lá para saber do Sadam (nunca deixou um tostão para colaborar no
tratamento dele) e o cãozinho o desprezou. Pudera. Sadam foi - por 8
anos - um adorador de seu dono. Quando ele chegava, tudo era festa:
latidos de "bem-vindo meu dono" e caudas abanando, alegria sem par
durante 8 anos. Quando algum larápio tentava saltar o muro, era - de
pronto - denunciado com seus vigorosos latidos de alerta! Sempre fez
jus a uma ração barata que o dono lhe dava. É de se admirar que não
tenha pego algum câncer nos intestinos. Muito resistente, Sadam chegou
aos 8 anos de vida alegrando e defendendo aquela casa. Porém, o que
ganhou com isto foi crueldade e desprezo.

Indaguei se ele só ficava ali deitado e ela me disse que não, que ele
tinha que fazer uso de uma cadeirinha de rodas pelo menos duas vezes
por dia. E pegou um pacotinho de biscoitos e chamou o Sadam para ele
se levantar e se dirigir até ela. Quando aquela criatura maltratada se
levantou com as patas dianteiras e se arrastou pelo chão com aquelas
patas traseiras inúteis e aqueles proeminentes ossos da coluna
despontando a sua velhice, não me contive: coloquei as mãos nos olhos
e chorei. Pedi desculpas a ela e disse que eu era um banana, que o
sangue italiano que corria nas minhas veias era assim mesmo. Enxuguei
os olhos, mas eles se recusavam a aclarar uma nitidez passível de
enxergar aquela visão terrível de um ser vivente inutilizado pela mão
do bicho homem. Custei a secar os olhos, pois a indignação e a revolta
faziam com que o coração fosse saltar pela boca.  Um cão não tem como
se defender do homem. Seus dentes são insuficientes. O bicho homem é cruel e
insensível. O que fazer?????

O celular tocou. Era minha esposa chamando para ir buscá-la. Coloquei
o celular no bolso e me assentei ali no chão mesmo e chamei o Sadam
para perto de mim e o coloquei no meu colo para um abraço amigo e
confortador. Ele veio arrastando sua pernas e se colocou de frente a
mim. Eu o tomei pelas patas dianteiras e o abracei. Meu coração bateu
mais forte de emoção, pois Sadam, apesar do amigo que ganhou ainda
estava triste. Sua face demonstrava que não podia mais acreditar nos
homens. Mesmo assim, eu o afaguei e disse a ele palavras carinhosas
até que notei um pouco de brilho em seu olhar tristonho. Me levantei e
fui ao balcão pagar os biscoitos. A dona o colocou na cadeirinha de
rodas e o levou para fora para uma pequena caminhada de exercício. Ela
disse que se não fizer isto, só ficar deitado, seus rins cozinham. E
lá ia ele e a nova dona, a passos lentos, na cadeirinha de rodas pela
calçada. Me despedi e disse que faria mais visitas. Meu coração estava
partido.

Passado algum tempo, voltei lá para rever o meu amigo Sadam. Infelizmente a dona se mudou para o Estados Unidos e deixou o Sadam em outras mãos. Não conheço a pessoa, mas se ele não receber os cuidados que ele recebia dela, naquela idade, e “cadeirante”, possivelmente não sobreviverá.

Podem me chamar de covarde, mas não tive coragem de ir atrás para saber de sua situação. Dias atrás tive uma arritmia cardíaca devido a um baita stress que passei. Fiquei receoso de, ao descobrir onde ele estava e como estava ou esteve e não resistir a tristeza. 
QUE DEUS O ABENÇOE, SADAM.... ONDE ESTIVER!


 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ELE PASSOU A CHAMAR-SE "TAXI".



Amigos,

Todos sabem o quanto me empenho por uma causa, quando a abraço.

Domingo, dia 21/11, depois da feira, descendo a 11a avenida
aqui no setor Leste Vila Nova, notei um cãozinho filhote de uns 3
meses no máximo (depois, verificando a sua dentição, dei por acertada
esta afirmação) correndo pra cima e pra baixo na feira. Na hora me
veio um pensamento: um ser sem coração o trouxe pra feira justamente
para o abandonar e talvez na expectativa de alguém o pegar para criar!
Não há ser mais ruim do que o ser humano: abandonam até seus filhos
récem-nascidos, quanto mais seus cães, amigos verdadeiros!

Continuei o meu caminho pensando com os meus botões: o ser maligno que
o abandonou não sabe que um filhote desses está passando por um trauma
terrível de abandono, pois sente - COMO NÓS - o abandono, a solidão. O
cão é um ser sociável, como o homem. E, ao ser abandonado, a primeira
coisa que o acomete é a DEPRESSÃO.

Na segunda-feira eu fui a panificadora e ao passar pelo último
quarteirão antes da 5a avenida, notei o cãozinho abandonado deitado em
frente um portão de uma casa. Tentei anima-lo, chamando
carinhosamente, mas ele se mostrava EXTREMAMENTE deprimido e até achei
que estava doente. Mal levantava a cabeça e voltava a dormir (a fuga
dos deprimidos). Na terça-feira, notei que ele já vinha sendo
alimentado com ração e água por ali. Tomei ânimo (a primeira reação de
nós - seres humanos é não se envolver, se afastar, agir como o levita
e o cobrador de impostos na parábola do Bom Samaritano, contada por
Jesus) e bati no portão chamando pelo morador. Atendeu um rapaz que me
informou que o cão não era deles mas que o irmão dele, que mora ao
lado o estava alimentando. Pedi o celular dele e ao ligar ele me disse
que lhe era impossível adota-lo pois o quintal dele era muito diminuto
(como de fato era, vi depois) e já tinha um cachorro pequeno e um gato
e uma filhinha de 2 anos.
Mas que ele estava o alimentando e dando água pois estava com muita dó dele.
Muito bem, propus a ele - nós dois - pelejarmos para procurar uma
pessoa caridosa que o adotasse e vínhamos nessa labuta até ontem, dia
24.

A primeira coisa que fiz foi ligar pro veterinário das cadelinhas lá
de casa e ver com ele se poderia dar uma olhada nele. Infelizmente ele
não podia, tinha uma cirurgia pra fazer, etc. Aquelas coisas. Eu e o
rapaz que estava tratando dele, demos uma olhada nele e vimos que ele
estava saudável, APENAS MUITO DEPRIMIDO.

Eu e ele fizemos vários telefonemas (até a ASPPAN - que é uma
associação protetora dos animais em Goiânia se negou a resgata-lo,
dizendo que estavam com 100 cães e era impossível ter mais um!).  Bem,
pensei eu, se a carrocinha o pegar aqui é execução na certa, pois eles
não vão distinguir um cãozinho abandonado deprimido de um cão doente.
A triagem é imediata ao chegar e o abate também.

Corri ao Supermercado Bretas (aquela hora as lojas Pet estavam
fechadas) e comprei uma boa coleira de couro, escrevi o número do meu
celular e o do rapaz nela e a colocamos no cãozinho para evitar que a carrocinha o levasse dali (como se isto fosse verdade.....).

Ele vinha sobrevivendo as noites frias e chuvarentas até que ontem,
quando depois de muitas consultas a diversas pessoas para que o
adotasse, descobri que a Da. Divina, a recepcionista aqui do CAT-SEFAZ-GO
era uma alma caridosa e sensível que vinha resgatando cães e estava
com uns 80 cães, cuidando deles SOZINHA. Imediatamente liguei pra ela
e PRONTAMENTE ela se dispôs a ficar com ele (Que Deus a abençoe!).

Nas fotos, o cãozinho deitado no seu canto (o pessoal lá disse que ele
só se levantava pra comer, beber água e fazer as suas necessidades e
voltava a se deitar!), e nas outras o rapaz, um crente em Cristo, um
verdadeiro "Bom Samaritano", seu benfeitor que o alimentava, EMBALANDO
o cãozinho para colocar no táxi para levar para a casa da Dona Divina.
A mulher da foto é a Dona Cleusa, taxista. Ela riu quando lhe disse
que preferiria que fosse ela que o levasse até seu destino pois as
mulheres são "maternais" e o cãozinho iria precisar de uma "mãezona"
para o levar até lá. Que Deus abençoe a Dona Cleusa também! Boa mulher
aquela. Ela deixou seu passageiro anterior no destino e zarpou para
pegar o cãozinho ficando a esperar que eu chegasse ali por uns 20
minutos. Bem, o cãozinho chegou ao destino meio estropiado, pois
dentro do porta-malas ele deve ter sentido um certo desespero ao
lembrar, possivelmente, que foi abandonado da mesma forma. Mas desta
vez - ele foi SALVO. Dona Divina disse-me que se recuperou logo e já
estava por lá fazendo amizades. Foi um alívio.

Eu desconhecia que Da. Divina era uma mulher muito corajosa que se
dispunha a dar a sua vida por animais abandonados como esse! Me
sensibilizei sobremaneira com a causa dela e me dispus a colaborar -
TODO MÊS - com um saco de ração para cães para ajudar ela a alimentar
aqueles cães. Alguém me disse aqui que todo o seu salário vai para
ração dos cães. Pobre Da. Divina! Nem imagino como ela deve estar se
virando para alimentar aquelas criaturas de Deus. Até me lembrei que
em uma ocasião ela me pediu 100 reais emprestado e nunca imaginei que
era para isto. E, na ocasião eu não tive como emprestar. Se ela
tivesse me falado o propósito para aqueles 100 reais, com certeza a
gente tinha dado um jeito. As vezes, em certas ocasiões, não temos
dinheiro - mas temos crédito.
Ah.... o cãozinho ao chegar na casa da Dona Divina recebeu o nome de “TAXI”, pois lá chegou de táxi.