segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ELE PASSOU A CHAMAR-SE "TAXI".



Amigos,

Todos sabem o quanto me empenho por uma causa, quando a abraço.

Domingo, dia 21/11, depois da feira, descendo a 11a avenida
aqui no setor Leste Vila Nova, notei um cãozinho filhote de uns 3
meses no máximo (depois, verificando a sua dentição, dei por acertada
esta afirmação) correndo pra cima e pra baixo na feira. Na hora me
veio um pensamento: um ser sem coração o trouxe pra feira justamente
para o abandonar e talvez na expectativa de alguém o pegar para criar!
Não há ser mais ruim do que o ser humano: abandonam até seus filhos
récem-nascidos, quanto mais seus cães, amigos verdadeiros!

Continuei o meu caminho pensando com os meus botões: o ser maligno que
o abandonou não sabe que um filhote desses está passando por um trauma
terrível de abandono, pois sente - COMO NÓS - o abandono, a solidão. O
cão é um ser sociável, como o homem. E, ao ser abandonado, a primeira
coisa que o acomete é a DEPRESSÃO.

Na segunda-feira eu fui a panificadora e ao passar pelo último
quarteirão antes da 5a avenida, notei o cãozinho abandonado deitado em
frente um portão de uma casa. Tentei anima-lo, chamando
carinhosamente, mas ele se mostrava EXTREMAMENTE deprimido e até achei
que estava doente. Mal levantava a cabeça e voltava a dormir (a fuga
dos deprimidos). Na terça-feira, notei que ele já vinha sendo
alimentado com ração e água por ali. Tomei ânimo (a primeira reação de
nós - seres humanos é não se envolver, se afastar, agir como o levita
e o cobrador de impostos na parábola do Bom Samaritano, contada por
Jesus) e bati no portão chamando pelo morador. Atendeu um rapaz que me
informou que o cão não era deles mas que o irmão dele, que mora ao
lado o estava alimentando. Pedi o celular dele e ao ligar ele me disse
que lhe era impossível adota-lo pois o quintal dele era muito diminuto
(como de fato era, vi depois) e já tinha um cachorro pequeno e um gato
e uma filhinha de 2 anos.
Mas que ele estava o alimentando e dando água pois estava com muita dó dele.
Muito bem, propus a ele - nós dois - pelejarmos para procurar uma
pessoa caridosa que o adotasse e vínhamos nessa labuta até ontem, dia
24.

A primeira coisa que fiz foi ligar pro veterinário das cadelinhas lá
de casa e ver com ele se poderia dar uma olhada nele. Infelizmente ele
não podia, tinha uma cirurgia pra fazer, etc. Aquelas coisas. Eu e o
rapaz que estava tratando dele, demos uma olhada nele e vimos que ele
estava saudável, APENAS MUITO DEPRIMIDO.

Eu e ele fizemos vários telefonemas (até a ASPPAN - que é uma
associação protetora dos animais em Goiânia se negou a resgata-lo,
dizendo que estavam com 100 cães e era impossível ter mais um!).  Bem,
pensei eu, se a carrocinha o pegar aqui é execução na certa, pois eles
não vão distinguir um cãozinho abandonado deprimido de um cão doente.
A triagem é imediata ao chegar e o abate também.

Corri ao Supermercado Bretas (aquela hora as lojas Pet estavam
fechadas) e comprei uma boa coleira de couro, escrevi o número do meu
celular e o do rapaz nela e a colocamos no cãozinho para evitar que a carrocinha o levasse dali (como se isto fosse verdade.....).

Ele vinha sobrevivendo as noites frias e chuvarentas até que ontem,
quando depois de muitas consultas a diversas pessoas para que o
adotasse, descobri que a Da. Divina, a recepcionista aqui do CAT-SEFAZ-GO
era uma alma caridosa e sensível que vinha resgatando cães e estava
com uns 80 cães, cuidando deles SOZINHA. Imediatamente liguei pra ela
e PRONTAMENTE ela se dispôs a ficar com ele (Que Deus a abençoe!).

Nas fotos, o cãozinho deitado no seu canto (o pessoal lá disse que ele
só se levantava pra comer, beber água e fazer as suas necessidades e
voltava a se deitar!), e nas outras o rapaz, um crente em Cristo, um
verdadeiro "Bom Samaritano", seu benfeitor que o alimentava, EMBALANDO
o cãozinho para colocar no táxi para levar para a casa da Dona Divina.
A mulher da foto é a Dona Cleusa, taxista. Ela riu quando lhe disse
que preferiria que fosse ela que o levasse até seu destino pois as
mulheres são "maternais" e o cãozinho iria precisar de uma "mãezona"
para o levar até lá. Que Deus abençoe a Dona Cleusa também! Boa mulher
aquela. Ela deixou seu passageiro anterior no destino e zarpou para
pegar o cãozinho ficando a esperar que eu chegasse ali por uns 20
minutos. Bem, o cãozinho chegou ao destino meio estropiado, pois
dentro do porta-malas ele deve ter sentido um certo desespero ao
lembrar, possivelmente, que foi abandonado da mesma forma. Mas desta
vez - ele foi SALVO. Dona Divina disse-me que se recuperou logo e já
estava por lá fazendo amizades. Foi um alívio.

Eu desconhecia que Da. Divina era uma mulher muito corajosa que se
dispunha a dar a sua vida por animais abandonados como esse! Me
sensibilizei sobremaneira com a causa dela e me dispus a colaborar -
TODO MÊS - com um saco de ração para cães para ajudar ela a alimentar
aqueles cães. Alguém me disse aqui que todo o seu salário vai para
ração dos cães. Pobre Da. Divina! Nem imagino como ela deve estar se
virando para alimentar aquelas criaturas de Deus. Até me lembrei que
em uma ocasião ela me pediu 100 reais emprestado e nunca imaginei que
era para isto. E, na ocasião eu não tive como emprestar. Se ela
tivesse me falado o propósito para aqueles 100 reais, com certeza a
gente tinha dado um jeito. As vezes, em certas ocasiões, não temos
dinheiro - mas temos crédito.
Ah.... o cãozinho ao chegar na casa da Dona Divina recebeu o nome de “TAXI”, pois lá chegou de táxi.





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